quinta-feira, 31 de março de 2011

Surpresa boa!

PAIZINHA RECEBERÁ TÍTULO DE CIDADÃ AFOGADENSE



A sertaneja  Maria da Paz (nossa Paizinha) registra, no Orkut,
que estará em Afogados da Ingazeira no dia 14 de abril, num show no Cine São José, participando do projeto Quinta Cultural  e que terá um convidado muito especial: Dedé Monteiro.

No dia seguinte receberá o título de Cidadã Afogadense.

Maria daPaz nasceu em Jaboatão dos Guararapes/PE , no entanto foi criada no sertão, às margens do rio Pajeú, na cidade de Afogados da Ingazeira.


Diário de Bordo: O Pajeú!


Visitando o Blog do grande escritor Inácio de França, deparei-me com suas escritas maravilhosas sobre o Pajeú.

Ah! Inácio, Cida Pedrosa, Alexandre e a fotográfa maravilhosa estão com um projeto maravilhoso: Rio de Versos! Estão percorrendo o Rio Pajeú e entrevistando poetas! Uma maravilha! O produto final será um livro!

Veja o que Inácio escreveu sobre suas caminhadas pelo Pajeú! O texto está publicado no Blog " Caótico" - http://www.caotico.com.br/diario-de-bordo-pajeu/#more-1261 


Diário de Bordo: O Pajeú!


É uma beleza o silêncio na nascente do rio Pajeú. Um silêncio de asas coloridas, feito de cantos dos passarinhos que se entocam entocados nas árvores de uma colina em forma de ferradura que circunda a nascente. Da mata que cobre esse morro, aos pés da Serra do Balanço, mina a água fria que forma o pequeno poço que se espalha mais adiante e desce Pernambuco abaixo.

A nascente fica em Brejinho e, do outro lado da serra, está a Paraíba. Passei por lá numa manhã de domingo. Foi a segunda viagem para conhecer a vida, as histórias e os sonhos de uma dezena de poetas, entre centenas, que cresceram com a certeza de que o Pajeú é o berço da poesia.

O rio tem mais fama do que água, recebe mais esgoto do que versos. Mesmo assim, é o símbolo de uma região onde “poeta” é a forma de tratamento mais comum. “Bom dia, poeta”, é assim que uma senhora que passa com sua sacola a caminho da feira cumprimenta o rapaz do mototáxi na praça.

O projeto vai render mais um livro, porém ainda falta muita coisa: o título, o texto e uma viagem para conhecer a poesia que se faz em Flores, Serra Talhada e Floresta. Como da outra vez, não estou sozinho na empreitada: trabalho novamente com Tuca Siqueira, fotógrafa e cineasta, e Alexandre Ramos, coordenador do projeto, responsável por concebê-lo, articular a equipe, administrar a grana recebida do Funcultura e dirigir o carro. Quem também está nessa até o pescoço é a poetisa Cida Pedrosa, que toca as entrevistas comigo, seleciona versos e seus autores.
  Até agora, uma das paradas mais emocionante foi a nossa segunda passagem por Itapetim. Na primeira ida, no início de dezembro, tínhamos conhecido e entrevistado o vice-prefeito João Archanjo, ou melhor João Galego, poeta e violeiro. Vinte depois, o coração o matou. Na volta, revelei para dona Nevinha, sua esposa, e seus filhos, que tinha a certeza de ter entrevistado um homem realizado por ter saído da roça e educado seus filhos, por organizar festivais que tiraram do anonimato vários poetas que vivem no sítio, por conseguir expressar seus sentimentos em versos. Mesmo assim, foi duro.

Há uma semana, em Afogados da Ingazeira, conversamos com a serena Izabel Goveia, uma moça de 24 anos que nos deu entrevista horas antes de pegar um ônibus Fortaleza. No final, ela revelou o objetivo da viagem. Sem um sinalzinho sequer de ansiedade, ela contou que iria se mudar de vez, que iria casar. “Vou viver uma história de amor”. Assim, como se fosse a coisa mais corriqueira do mundo.

Em Carnaíba, ficamos sabendo que a cidade tem uma banda filarmônica fundada em 1917. É provável que seja a mais antiga de Pernambuco. Mesmo assim, nunca conseguiu se transformar em ponto de cultura ou receber uma bolsa governamental. Registro isso aqui porque, como a banda de música não tem ligação alguma coisa com o projeto, não será mencionada no livro.

A internet, em vez de prejudicar, é uma ferramenta que ajuda a perpetuar a tradição poética da região. Adolescentes e jovens se articulam para organizar recitais, festivais ou até mesmo fazer poemas coletivamente usando MSN, Orkut, Facebook, twitter, Gtalk, blogs, o escambau. Para Verônica Sobral, com seus 31 anos, ou Mariana Teles, com 15, a internet não guarda mistérios.

Até mesmo Dedé Monteiro, uma espécie de lenda-vida entre os poetas do Pajeú, distribui versos por e-mail para os amigos. Aliás, quando chegamos em Tabira procurando Dedé, paramos numa praça e perguntei a um mototaxista: “O senhor sabe onde mora o poeta…” Não consegui nem terminar a frase: “…Dedé Monteiro? Vai em frente, pega à esquerda depois do sinal etc etc”.

Esse texto é só um aperitivo. Aposto que o livro sai em julho, em agosto o mais tardar.

 ( Inácio de França)

Lançamento do Livro de Gonga...

domingo, 27 de março de 2011

Nova poetisa...

REJANE BARBOSA:  A DOÇURA DO VERSO!



Nos últimos dias, Rejane demonstrou um interesse por poesia... Lendo, decorando...declamando muito bem! E, de repente surge a vontade de escrever! Rejane escreve... E escreve bem! Vejam sua produção:


As tuas lembranças sempre
Atormentam minha vida,
Lembrando aquela partida
Que fizeste de repente...
Esquecendo que a gente
Estar junto, sempre quis!
Deixou escrito com giz
Um único e ultimo desejo:
Que eu guardasse o teu beijo
E fosse muito feliz!


Teu sorriso me enlouquece
E tua voz me acalma

Eu só queria que alguém
Mostrasse esclarecimento:
Estou vivendo um momento
Que não desejo a ninguém.
Eu sei que a vida não tem
Nenhuma pena da alma!
Te vejo e não tenho calma
E meu coração padece.
Teu sorriso me enlouquece
E tua voz me acalma.
                        ( Rejane Barbosa)

Rejane é professora de Português e Inglês em Afogados e Solidão



Homenagem...


Homenagem aos ex- e atuais funcionários da Escola Máxima Vieira de Melo - Riacho do Meio
Aniversário - 30 anos de fundação


Autores da nossa história



Quantas letras de amor já têm marcado
Estas páginas da história em construção
Quantos anjos já deram sua mão,
Construindo, tão bem, nosso passado!



Cada grão de amor bem semeado
Foi colhido com as mãos do coração!
Cada mão apertando cada mão
Foi erguendo o castelo estruturado...



Dessa história, você são os autores,
Que unidos tornaram-se escritores
De um livro que cabe tanta gente!



Cada dia, a lição aqui escrita
Sempre tem uma página mais bonita
De quem faz a história no presente!
                                        Veronica Sobral
                                                           22.03.2001



sábado, 26 de março de 2011

Lançamento...

GONGA MONTEIRO LANÇA LIVRO EM RECIFE


Cultura...

TUPARETAMA REALIZA 3º BALAIO CULTURAL



NENEN PATRIOTA LANÇA LIVRO EM SÃO JOSÉ DO EGITO


Será nesse sábado, no Marcellu's Bar, em São José do Egito, o Lançamento do Livro "Casebres, Castelos e Catedrais" do poeta, ensaísta, professor, teatrólogo e crítico literário Nenen Patriota.

Nenem é um dos organizadores de eventos culturais na Festa Universitária, em cantorias, congressos de violeiros, teatro e no Quintal da Cantoria. O evento começa às oito da noite. 

quarta-feira, 23 de março de 2011

Que cheiro de Poesia!

UM CAFÉ COM PÃO QUENTE, ÀS CINCO E MEIA
DEIXA A CASA CHEIRANDO A POESIA



Quando o horário da luta se desfaz
E a tardinha se torna mais bonita,
Eu escuto o chiado da marmita
Num fogão dos de lenha e não a gás.
Quando alguém sai de casa e vai atrás
De manteiga e de pão na padaria;
Quando o sol descarrega a bateria
E o paiol do poente se incendeia,
Um café com pão quente, às cinco e meia,
Deixa a casa cheirando a poesia.
                     ( Dedé Monteiro)

A TIM não funciona no Pajeú!


Depois do Pajeú viver momentos de horror com a telefonia TIM, os poetas, por meio de um mote, fizeram um protesto. Veja o que Dedé Monteiro escreveu:


A TIM, TIM, TIM POR TIM, TIM
NÃO VALE UM TOSTÃO FURADO


Não sei por que diabo foi
Que, em vez de pagar tão caro,
Eu já não mudei pra “CLARO”,
Pra “NEXTEL”,” VIVO” ou “OI”.
Jesus do céu me perdoe,
Já que eu agi tão errado.
Mas a TIM tem mais pecado
Que Judas, Nero e Caim.


A TIM, tim, tim por tim, tim,
Não vale um tostão furado.
Quem tiver algum segredo
Pr’um amigo em São José,
Acho que se for a pé
Consegue chegar mais cedo.
Hoje eu fiz calo no dedo,
Terminei triste e cansado,
Sem poder dar um recado
Tão importante pra mim.
A TIM, tim, tim por tim, tim,
Não vale um tostão furado.
( Dedé Monteiro)

sábado, 19 de março de 2011

Conversa entre poetas...

Adeval Soares escreveu o soneto:

Aos poetas

 
Quem é poeta e tem a liberdade
Escreve os versos que a mente cria
E vive às regras da simplicidade
Buscando os raios da sabedoria.

Corre na busca da felicidade
Debulha a mágica que há na poesia,
Mostra talento e tem na humildade
Os instrumentos da sua alegria.

Descreve a paz na paz do seu sorriso,
Caminha firme com olhar conciso
Mantendo sempre seu jeito comum.

Transforma a vida pelos versos seus
Recebe as luzes do amor de Deus
E as distribui, sem problema algum.
                        ( Adeval Soares)

E Andreia Miron respondeu:

Ao poeta

Belo soneto, poeta, Adeval!
Simplicidade, tu já tens de sobra...
E esta maneira nova e virtual
Eterniza e divulga tua obra.


Sabedoria que te é natural
Não requer esforço ou qualquer manobra;
Flui de maneira tão especial
Que o dom poético cada dia dobra.

E a Poesia tão Divina e Santa
Envolve teu ser com uma força tanta,
Até capaz de fazer-te um profeta...


Usa as palavras pra iluminar
E a poesia para alimentar
A alma livre, perfeito poeta!
                            ( Andreia Miron)

Rascunhos de um soneto...

Renúncia

Quantos sonhos perdidos na ilusão
De trilhar uma vida diferente...
Minha alma demonstra ser carente,
O meu peito reclama a solidão!

Sinto falta! Confesso! E quem não sente?
De viver um amor, uma paixão;
De entregar, sem receio, o coração;
De amar, quem eu amo, livremente!

No entanto o caminho que escolhi
Só agora ( bem tarde) é que eu vi:
( Minha alma reclama, faz denúncia!)

Sou privado de ter a liberdade,
Silencio o amor e a saudade!
Sou o próprio sinônimo de renúncia!
                                             ( Veronica Sobral)
                                                           18/03/2011

sexta-feira, 18 de março de 2011

Soneto ao meu filho...

Soneto a João Pedro

Ó, meu filho, ouve bem o que te digo:
Segue a vida vivendo honestamente,
Busca, sempre, cultivar em teu presente
A virtude de ser um bom amigo.


Guarda bem o amor de Deus contigo,
Caminhando com Ele, firmemente...
Na tua alma procura uma vertente
Do caminho de versos que eu já sigo!


Se algum dia escreveres uma linha,
Creio que, neste dia, a alma minha,
Junto a tua, será bem mais completa.


Mas se não conseguires fazer nada,
Eu vou sempre aplaudir-te, apaixonada,
E dizer-te: “Meu filho, és meu poeta!"
                                                ( Veronica Sobral)

16.03.2011



segunda-feira, 14 de março de 2011

Paulo Matricó em Brasília...

Lançamento!

Dedé Monteiro!

Se eu morasse muito além,
Onde nada me faltasse,
Talvez que nem precisasse
Cantar pra me sentir bem.
Sofro, mas canto também
Pra tristeza se mandar.
Se ela insistir em ficar,
Eu canto a canção das dores...
Sou do Pajeú das flores,
Tenho razão de cantar!

Tive a sorte de nascer
Num chão que tanto me inspira,
Minha querida Tabira
Que me dá tanto prazer.
Se a seca me faz sofrer,
O verso me faz gozar,
Pois trago n'alma um pomar
Com frutos de mil sabores!
Sou do Pajeú das flores,
Tenho razão de cantar!
                 

Não há outra região
Tão rica de amor e paz,
Onde a poesia faz
Morada no coração.
ressequida do verão,
Fica triste pra chuchu!
Mas reveste o corpo nu,
Tendo da chuva os favores.
Sou mais um dos defensores
Do leito do Pajeú!
                                  (Dedé Monteiro)

domingo, 13 de março de 2011

Cultura

INAUGURAÇAO DA ESCOLA DE POESIA FOI UM SUCESSO

A APPTA - Associação de Poetas e Prosadores de Tabira realizou, nesse dia sábado ( 12/03), a Inauguração do Ponto de Cultura " Escola de Poesia. Cm um público maravilhoso, os membros da associação apresentaram os objetivos do projeto, oficinas e oficineiros e realizaram um recital com base na temática do Rio Pajeú - Um rio de poetas! O Encontro aconteceu na Sede do Ponto de Cultura, onde lá acontecerão as oficinas a partiri do dia 19 de março.
Veja o registro do evento. As fotos são de Flávio Marques:




sábado, 12 de março de 2011

APPTA REALIZA INAUGURAÇÃO DO PONTO DE CULTURA " ESCOLA DE  POESIA"


A Associação de Poetas e Prosadores de Tabira  ( APPTA) realiza hoje ( 12), às 19h a Inauguração  do Ponto de Cultura " Escola de Poesia",na Sede do Ponto de Cultura Escola de Poesia, Rua Antônio Francisco da Rocha, nº 254 – ( rua por trás do Mercado de Zé de Rita) -   Bairro Fátima I - Tabira-PE.
Poetas declamadores participarão do evento realizando Recital.



A " Escola de Poesia" é um projeto de Ponto de Cultura aprovado pela FUNDARPE, no ano de 2010 e tem o objetivo de formar 360 pessoas em diversas faixa etárias durante 3 anos, oferecendo conteúdos relacionados à poesia popular, declamação, contação de histórias e teatro em verso e prosa.  

A formação é oferecida em 4 oficinas, com duração de 24h/a cada uma, totalizando ao final do curso, uma carga horária de 96h/a.

As oficinas abordam as seguintes temáticas:

Oficina 1: Um passeio pela poesia pajeuzeira;
Oficina 2: Declamação: A voz que dá vida ao corpo;
Oficina 3: Contação de Histórias: O corpo e a voz se encontram com o texto;
Oficina 4: Teatro em verso & Prosa.


quinta-feira, 10 de março de 2011

Sou do Pajeú das Flores/ Tenho razão de cantar!


Eu sou da terra em que o verso
Brota tão perfeitamente,
Que só pode ser presente
Que Deus manda do universo.
O meu sangue está imerso
Na terra em que versejar
É a forma singular
De aliviar tantas dores...
Sou do Pajeú das flores
Tenho razão de cantar!

Sou da terra em que Dedé
Com a caneta da paz,
Em cada verso que faz,
Acende a vela da fé.
Sou da cidade que é
Campeã em transformar
Palavras do linguajar
Em rima de cantadores!
Sou do Pajeú das flores
Tenho razão de cantar!
                               ( Veronica Sobral)



Rio Pajeú...

Sou mais um dos defensores
Do leito do Pajeú

Tua água, certamente,
Tem bolhas de poesia
E por isso contagia
Essa região da gente!
Eu sei que tua nascente
Parece mandacaru,
Pois, mesmo seco assim, tu
Inspiras teus cantadores...
Sou mais um dos defensores
Do Leito do Pajeú!
                                           (Veronica Sobral)

FELIPE PADILHA: O POETA DO DESERTO






Refúgio Dos Meus Anseiares E Contemplação

Sertão refúgio dos meus anseiares, contemplação dos meus fervorosos pensares que quase sempre a cidade nos trazem ao odioso pretexto da modernização, gosto de andar por lugares, observar a simplicidade nos ares sem vestígios de preocupação, sentir o cheiro molhado da terra, que sempre ansiosa espera brotar a esperança do chão, maxixe, abóbora, graviola, acerola, melancia, carambola, siriguela, milho, romã, melão, manga, alface e tomate, farturas bastantes eficazes, elixires contra lamentação;

Olhar as estrelas brilharem, saudando o luar que ventos frios trazem, escutar os causos nos bares, desfrutar dos olhares fugazes que nativos desconfiados nos dão, colher umbus na sacola, observar o jumento que ignora, e os calangos que correm no chão;

Me emocionar com a asa branca que implora aguardando o chover quase em vão, rolinhas astutas que se embolam ingerindo bruscamente os grãos, camaleão camuflado na algaroba espreitando a próxima refeição, borboletas que as flores namoram, saltitando em meu coração, mandacarus esguios e valentes, os poéticos combatentes, da estiagem voraz e sem perdão;

Tomar o leite na aurora,retirado da mama que outrora saciava um bezerro chorão, galos de campinas assustados,jandaias voando no embalo, apreciar o cantar do azulão,procurar mel de abelhas, que nas colméias centelham o doce amargo do chão, emas sorrateiras, salamandras silenciosas e rasteiras, cascavel que com o chocalho se bronzeia, nas rochas,troncos ou nos vãos;

Observar ao longe as novenas, as meninas aglomeradas nas praças, aromas suaves de loção,bolas de gude na areia, bilhar sambado que falseia quase caindo em um salão, pião que rodopia na ladeira, jogado por uma habilidosa mão, menino que passa aos berros em cima de um carro de rolimã, passos do bébado que vagueia se escorando para não ir ao chão, e o doido que alardeia, conversando com as suas meias, acompanhado da solidão, o barbeiro que penteia o cabelo lustrado do cliente, passando gel que gruda na mão, e o entardecer que não se assemelha a sua melhor divagação;

Sertão refúgio dos meus anseiares, contemplação dos meus fervorosos pensares que quase sempre a cidade nos trazem ao odioso pretexto da modernização, gosto de andar por lugares, observar a simplicidade nos ares sem vestígios de preocupação, tomar banho de açude, com a fundura que ilude, perigosa diversão, fazer fogo lá na beira, junto com nativos que tão somente anseiam devorar a tilápia com o pirão, observar a alegria em tão simples ceia, gente simples que falsea, as dores encravadas em um gibão, não tem a maldade que permeia nos grandes centros de ilusão, volto sempre com os penares de se sair da abstração, coloco em versos o que me norteia, refúgio dos meus anseiares e contemplação, voltando, deixo por lá as minhas veias que oxigenam o meu coração.


Herdeiro Nordestino, Felipe Padilha é natural de São Paulo, porém aos 5 anos, juntamente com sua família, veio respirar o ar do Recife ( ja respirado antes por seus pais) .  Suas raízes são de Pernambuco, sim, senhor! Poeta, blogueiro, contempla a vida de forma poética, valorizando o que há de mais sublime.



terça-feira, 8 de março de 2011

Saudade... Clarice define!

Saudade!


Existem várias dores...
Machucar....
Bater...
Morrer...

Mas a saudade - é a dor maior!



E, mais dolorida ainda,
é a saudade de quem se ama!
Da pele.

Do cheiro.

Do beijo.

Da presença.

Da ausência.



Quando o amor acaba,
Pra quem fica amando,
Sobra a saudade!



Saudade de não saber.
De não saber o que ocorre
Com quem se ama...



Saudade de não saber.

Não saber o que se fazer
Com os dias longos que sobram!...




É enterrar o pensamento
Em coisas vãs...

Saudade é chorar ou sorrir
Numa música...

Saudade é o silêncio
Da ausência.

É não saber...

É querer saber....

Saudade... é o sempre doer!



Saudade é um pouco como fome.
Só passa quando se come a presença.

Mas às vezes a saudade é tão profunda
Que a presença é pouco:

Quer-se absorver a outra pessoa toda.

Essa vontade de um ser o outro
Para uma unificação inteira
é um dos sentimentos mais urgentes
Que se tem na vida.
                             ( Clarice Lispector)



Umas e Outras...

...


...

Fonte: Besta Fubana

Dia Internacional da Mulher!

Uma luta válida...

No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.

A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.

Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Analisando a história de lutas das mulheres e a rotina diária atual, comecei a questionar se realmente é vantajoso pra mulher ter direitos iguais!
Lá no Besta Fubana (http://www.luizberto.com/) encontrei um texto bem interessante que a nossa querida Luciane Trevejo escreve sobre as mulheres, em sua coluna " Além do que se lê".



Intertextualidade poética!

GONGA ESCREVE " OS QUATRO BÊBADOS"


Depois que Dedé Monteiro escreveu " As Quatros velas", ganhou o Prêmio Internacional Poesia em Video na Fliporto, Gonga Monteiro escreve, com muita propriedade, " Os Quatro bêbados". Veja:

As Quatro Velas


Quatro velas ardiam sobre a mesa,
E falavam da vida e tudo o mais.
A primeira, tristonha: “Eu sou a PAZ,
Mas o mundo não quer me ver acesa…”


A segunda, em soluços desiguais:
“Sou a FÉ! Mas é triste a minha empresa:
Nem de Deus se respeita a Realeza…
Sou supérflua, meu fogo se desfaz…”


A terceira sussurra, já sem cor:
“Estou triste também, eu sou o AMOR…
Mas perdi o fulgor como vocês…”

 
Foi a vez da ESPERANÇA – a quarta vela:
“Não desiste ninguém! A Vida é bela!
E acendeu novamente as outras três!
                                                ( Dedé Monteiro)


E Gonga Monteiro disse:


Os quatro bêbados

Quatro bêbados bebiam numa mesa,
E falavam da vida e tudo enfim.
O primeiro dizia: “Eu bebo assim,
Pra poder afogar minha tristeza”...

O segundo, engolindo uma de gim,
Diz: “a cana é quem faz minha defesa...
Se não fosse a bebida, essa beleza,
Minha vida seria muito ruim!


O terceiro, morrendo de ressaca,
Diz: eu sinto a matéria muito fraca,
Vou parar de beber essa semana!


Grita o outro: “não faça essa desgraça,
Mande abrir mais um litro de cachaça
Que é pra gente morrer bebendo cana!
                                                (Gonga Monteiro)