domingo, 26 de janeiro de 2014

Poeta Zé de Mariano: Saudade incomparável!


SAUDADES DE ZÉ DE MARIANO



Depois de quase um mês da morte de Zé de Mariano, nosso Zé do Sertão, em um acidente que vitimou o poeta, sua esposa Lurdinha, filha Mônica e o cunhado Messias, é que consigo escrever para falar sobre esse episódio! 
Que surpresa horrível! Que dor imensa! Perdemos um irmão da poesia, da APPTA. Um irmão tão presentes nos nossos momentos poéticos! Perdemos uma família! A família da Jeverson. Uma família da APPTA. 
Zé era um homem simples, pajeuzeiro, mas muito decidido e firme em defender suas ideias. Amava a poesia, tanto quanto sua vida. Amava o Sertão. Ele era sua pátria. 

Zé era discreto em suas apresentações e, mesmo tímido, quando declamava seus versos era aplaudidíssimo pelos amantes da poesia! Zé era tão nosso, que sua morte deixou um vazio imenso nas nossas rimas, nos nossos versos! Amado pelos amigos, Zé recebeu muitas homenagens que se tornarão um cordel, como lembrança do Zé vivo, sertanejo e forte! Escrevi este soneto, no dia do sepultamento de Zé, expressando a dor que sentimos pela falta dele:

O Sertão Sem Zé Sertão

Ó, meu Sertão, por que deixaste Zé

Morrer na estrada, calar sua voz?
Tu nem pensaste que a falta entre nós
Abalaria a nossa pouca fé.



Tabira sofre, a poesia chora,
O verso da APPTA quase emudeceu.
Se quem cantava, não sobreviveu,
Quem vai cantar-te, ó meu Sertão, agora?


Quem irá exaltar nossa jurema,

O carquejo, o carão, a Borborema,
As coisas belas desse nosso chão?

E aquele orgulho de ser sertanejo,
De erguer ao máximo o nosso lugarejo?
Quem assume o lugar de Zé Sertão?