Sou mulher...
"Quem sou eu?" Meu silêncio sempre indaga,
Quando sente bater meu coração;
E entre uma e mais outra indagação
A vontade de ser, meu ser propaga:
Do poeta, eu sou inspiração
Que nem chuva, nem tempestade apaga.
Eu pareço com o vento que afaga
A beleza poética do Sertão.
Sou um fio sustentado em poesia;
Sou da música: a voz, a melodia;
Sou um ser que se entrega ao que Deus quer!
Sou a mãe que protege o filho seu;
Sou a fé, o amor que não morreu;
Sou guerreira, sou forte, sou Mulher!
Sonho desfeito
Por que nosso sonho, outrora perfeito,
Durou quase nada, nem concretizou-se?
Sinceramente, imaginei que fosse
Mais resistente para ser desfeito.
Quero que saiba que você tornou-se
Uma saudade dentro do meu peito.
O seu silêncio me dói, mas respeito,
Mesmo sangrando, meu ser já calou-se!
Não lhe pertubo, não digo mais nada,
Mesmo ferida, co'a alma abalada
Ainda acredito diferentemente:
O tempo - eu sei! - dirá a verdade
E fará com que toda essa saudade
Seja desfeita nos braços da gente!
Ao meu filho...
Soneto a João Pedro
Ó, meu filho, ouve bem o que te digo:
Segue a vida vivendo honestamente,
Busca, sempre, cultivar em teu presente
A virtude de ser um bom amigo.
Guarda bem o amor de Deus contigo,
Caminhando com Ele, firmemente...
Na tua alma procura uma vertente
Do caminho de versos que eu já sigo!
Se algum dia escreveres uma linha,
Creio que, neste dia, a alma minha,
Junto a tua, será bem mais completa.
Mas se não conseguires fazer nada,
Eu vou sempre aplaudir-te, apaixonada,
E dizer-te: “Meu filho, és meu poeta!"
16.03.2011
Ao meu amor...
Destino Traçado
Num cenário de amor... puro, encantado,
Sobre o brilho da lua envolvente
Nossas almas, concomitantemente,
Se olharam! O destino foi traçado!
Nossos olhos, silenciosamente,
Entenderam um olhar apaixonado...
E o silêncio do beijo desejado
Foi um filme perfeito em nossa mente!
E a sede do amor que nós sentimos
Envolveu nossa vida... E nós pedimos
Que o destino, com muita lealdade,
Permitisse que tudo, por Deus feito,
Fosse a prova do nosso amor perfeito
E o encontro da nossa outra metade!
21.03.2011
DESEJO PROIBIDO
Os teus olhos me dizem o que não quero
Enxergar, no momento em que te vejo!
Tua boca demonstra o teu desejo
De beijar minha boca! (Ah, como espero!)
Cada vez que te encontro e te revejo,
Te desenho mais puro e mais sincero
E sofrendo por ti, me desespero,
Pois te ter - Oh, meu Deus - como eu almejo!
Eu queria jogar-me nos teus braços,
Envolver-me, feliz, nos teus abraços
E viver tua vida intensamente!
Mas a vida, entretanto, é insensível:
Colocando obstáculo intransponível,
Proibindo de ter-te plenamente!
Soneto ao meu filho...
Toda vez que te vejo com a mão
Estirada, pedindo o meu abraço,
Eu percebo o meu tempo bem escasso,
Em te dar meu carinho e atenção!
Quantas horas, meu filho, não te vejo
Mas eu quero que creias! - é verdade!
Bebo goles imensos de saudade,
Conto as horas do tempo e meu desejo
É voltar para casa e te encontrar,
É sentir que és meu e te abraçar
E sentir o sabor da poesia...
Pois no abraço do meu suor diário
Tuas mãos aliviam o meu calvário
Renovando árduas horas do meu dia!
Toda vez que te vejo com a mão
Estirada, pedindo o meu abraço,
Eu percebo o meu tempo bem escasso,
Em te dar meu carinho e atenção!
Quantas horas, meu filho, não te vejo
Mas eu quero que creias! - é verdade!
Bebo goles imensos de saudade,
Conto as horas do tempo e meu desejo
É voltar para casa e te encontrar,
É sentir que és meu e te abraçar
E sentir o sabor da poesia...
Pois no abraço do meu suor diário
Tuas mãos aliviam o meu calvário
Renovando árduas horas do meu dia!
Desilusão
Debruçada
nos sonhos, que o passado,
Ofertou –
me, somente, uma lembrança,
Sigo a vida,
vivendo sem esperança,
De tornar um
ou outro consagrado.
O meu peito
demonstra estar cansado
De sofrer! Pobre
peito! E quem não cansa?
Tantas dores
do tempo de criança
Que tornou
cada sonho amargurado!
E buscando
matar a ansiedade
Vou bebendo
alguns goles de saudade,
Procurando
livrar-me das torturas...
E nos
braços, do sonho, ora perdido,
O silêncio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras!
Galope de matuta...
No meio do mato, nasci, fui criada
Por entre garranchos, cheirei
marmeleiro,
Correndo descalça, brinquei no terreiro
Na sombra gostosa da velha latada.
Mas hoje me sinto toda encabulada
No meio de vates que sei respeitar;
Ouvindo essas ondas no seu balançar
Rimando, criando, enfeitando o verso,
Unindo dois mundos no mesmo universo
Trazendo o Sertão pra beira do mar!
Prece...
Pelas mãos da mulher que escreve
versos,
Descrevendo a beleza do sertão...
Por aquela que usa a sua voz,
Pra, com música, acalmar o coração!
Por aquela, que em nome do amor,
Em seu hino acalenta tanta dor,
Atendei, ó Senhor, nossa oração!
Seca...
Quando a seca no
sertão
Resolve fazer
abrigo
O sol se torna
inimigo
Assolando o nosso
chão!
O Açude com rachão
Deixa o seu povo
sofrer...
Na estrada o que se
vê
É tristeza
enfileirada
Disputando a lata
d’água,
Pra poder
sobreviver!
O povo sofrendo
tanto
E o governo na TV
Prometendo que vai
ter
Muita água em todo
canto!
Mas o que mais me
espanto
É que o governo não
faz,
Mas a fé que o povo
traz
Na sua alma
sertaneja
Faz com que o
sertão seja
Sertão de
fartura e paz!