quinta-feira, 9 de maio de 2013

Poeta Ismael Gaião!



 O poeta  Ismael Gaião escreveu um soneto respondendo " Desencanto de Manoel Bandeira! 
Coisa mais linda!


DESENCANTO

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre.
                                       Manuel Bandeira( Teresópolis, 1912)

SONETO DA VIDA
(resposta ao poema DESENCANTO de Manuel Bandeira)  
  
Às vezes eu acho que a vida é um porre
Assim mesmo quero teimar em viver…
Porém consciente que hei de morrer,
Não faço jamais versos como quem morre.

Da minha tristeza um poema se escorre.
Se faço meus versos estando a sofrer…
Se quero um alguém para me socorrer,
Eu sei, que o poema é quem mais me socorre.

É ele que acalma e me trás esperança…
Tal qual o sorriso de uma criança…
Que ainda é tão pouco, mas que sobrevive!

Meu verso é a vida que pulsa na veia,
É como o amor sob a lua cheia.
- Pois eu faço versos só como quem vive!
Ismael Gaião (Recife, 24/07/2009)

2 comentários:

Ismael Gaião disse...

Obrigado, amiga poetisa, pela divulgação do meu soneto e de seu maravilhoso comentário. Abraços, do seu amigo e fã. Ismael Gaião

Renato Santos disse...

A distância e a saudade

A distância é cruel e é covarde
Nos machuca e nos fere o coração
Quando chega nos mata de paixão
Quando parte nos deixa com saudade

Se não fica não deixa liberdade
Quando fica tem gosto de prisão
Quando volta a partir deixa a ilusão
E vai levando da gente uma metade

Se a metade que fica causa o pranto
O meu peito se afoga e sofre tanto
Que eu nem sei se é saudade que me afeta

Se a distância é sinônimo de amor
Você pode dizer que sente dor
Mas não sente do tanto de um poeta

Renato Santos