Improvisos de Ivanildo Vilanova e Sebastião da Silva com o mote:
Eu já tive nas mãos o meu destino,
mas agora eu não sei pra onde vou
Ivanildo Vilanova
Eu já fui igualmente um samurai,
porém vi se quebrar minha coluna,
que a volta no jogo da fortuna,
pois a gente não sabe aonde cai,
eu fui filho, fui noivo, hoje sou pai,
já fui neto, e já hoje sou avô,
e o relógio do tempo não quebrou,
porém deu um defeito no seu pino.
Eu já tive nas mãos o meu destino,
mas agora eu não sei pra onde vou.
Sebastião da Silva
Já estou diferente de maneira,
só não sei se vou mais pra qualquer praça,
se eu sinto a tristeza ou a desgraça,
se sou forte e se já tenho canseira,
eu sou sei que a minha cabeleira,
era preta e branquinha já ficou,
e o fantasma do tempo carregou
os meus sonhos do tempo de menino.
Eu já tive nas mãos o meu destino,
mas agora eu não sei pra onde vou.
Ivanildo Vilanova
No meu peito explodiu a dinamite,
vejo o mundo mostrar como é que vive,
com os dois casamentos que eu já tive,
mas eu sei que a terceira é o limite,
a primeira mulher deu o desquite,
a segunda também me abandonou,
eu sou velho pra ser um gigolô,
pra casar outra vez, sou um menino.
Eu já tive nas mãos o meu destino,
mas agora eu não sei pra onde vou.
Sebastião da Silva
Eu não sei se meu filho me obedece,
nem também se a filha me aceita,
nem também se meu neto me respeita,
e se a minha mulher se aborrece,
eu só sei que estou no sobe e desce,
procurando no palco fazer show,
eu só sei que poeta ainda sou,
repentista, boêmio e nordestino.
Eu já tive nas mãos o meu destino,
mas agora eu não sei pra onde vou.
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