Que lindo soneto a poetisa e cronista Dulce Lima escreveu, parafraseando " Se voltares", do poeta Rogaciano Leite.
A fonte de inspiração, imaginamos qual!
Chuva de abraços
( parafraseando o Soneto: "Se voltares" de Rogaciano Leite)
Como a chuva humilde que transporta
A bênção das águas, semente e pão,
Hei de sempre dizer sobre o sertão
Que fora dele quase nada importa.
Se por inveja tu fechas a porta
Desdenhando o valor que a gente tem,
Reflete, e pensa mais, pois te convém
Abraçar este chão que te conforta.
E em troca dos conselhos que ouviste,
Amordaça esse orgulho que existe
E procura de Deus seguir os passos.
Pois os que voltam pela mesma trilha,
Jamais se sentirão como uma ilha,
e terão muitas chuvas de abraços!
Como a chuva humilde que transporta
A bênção das águas, semente e pão,
Hei de sempre dizer sobre o sertão
Que fora dele quase nada importa.
Se por inveja tu fechas a porta
Desdenhando o valor que a gente tem,
Reflete, e pensa mais, pois te convém
Abraçar este chão que te conforta.
E em troca dos conselhos que ouviste,
Amordaça esse orgulho que existe
E procura de Deus seguir os passos.
Pois os que voltam pela mesma trilha,
Jamais se sentirão como uma ilha,
e terão muitas chuvas de abraços!
( Dulce Lima)
Se voltares
( Rogaciano Leite)
Como sândalo humilde que perfuma
O ferro do machado que lhe corta,
Eu hei de ter minha alma sempre morta
Mas não me vingarei de coisa alguma.
Se voltares um dia à minha porta,
Tangida pela fome e pela bruma,
Em vez da ingratidão, que desconforta,
Terás um leito sobre um chão de pluma.
E em troca dos desgostos que me deste,
Mais carinho terás do que tiveste,
E os meus beijos serão multiplicados.
Para os que voltam pelo amor vencidos,
A vingança maior dos ofendidos
É saber abraçar os humilhados.
Como sândalo humilde que perfuma
O ferro do machado que lhe corta,
Eu hei de ter minha alma sempre morta
Mas não me vingarei de coisa alguma.
Se voltares um dia à minha porta,
Tangida pela fome e pela bruma,
Em vez da ingratidão, que desconforta,
Terás um leito sobre um chão de pluma.
E em troca dos desgostos que me deste,
Mais carinho terás do que tiveste,
E os meus beijos serão multiplicados.
Para os que voltam pelo amor vencidos,
A vingança maior dos ofendidos
É saber abraçar os humilhados.
(Rogaciano Leite)
Nenhum comentário:
Postar um comentário